PostHeaderIcon Família Silveira

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A família Silveira teve sua origem em Monsenhor Paulo, com a chegada em 1887, de João Batista da Silveira, natural de Silvianópolis onde nasceu em 24 de junho de 1861 tendo mudado para Campanha aos 7 anos para estudar.

Estudou no Colégio Mariano e depois no Colégio Normal onde concluiu seus estudos como professor.

Chegando em Ponte Alta, antigo nome da cidade de Monsenhor Paulo, preocupado com a educação, construiu sua casa com salas amplas e lá começou a lecionar as séries iniciais. Estudou música, tocava harmônio, saxofone e outros instrumentos. Além das aulas de ensino inicial, lecionou música. Foi sacristão e fabriqueiro da igreja(1) durante muitos anos e em sua casa eram confeccionados os terços, velas e hóstias, tudo de forma artesanal.

Casou em primeira núpcias com D. Ana Bernardina Sales,  em setembro de 1896, e deste matrimônio nasceram: Adélia, João Batista, Cândida Rosa, Maria da Conceição, José Maria, Maria do Rosário, José do Patrocínio, José Bento, Maria Aparecida conhecida como Pequetita e Maria de Lourdes, além de outros falecidos ainda pequenos. Enviuvou-se e casou-se em segunda núpcias com Maria da Conceição Sales e deste matrimônio nasceram: José Galdino conhecido como Zequinha, Fernando Sales (Cônego Fernando), Pedro, Angélica, Ana Bernardina conhecida como Anita e Américo Josino, entre outros falecidos quando pequenos.

João Batista da Silveira, de família humilde e sem dinastia, deixou um legado enorme no campo da educação, da cultura e da arte.  Conhecido popularmente como João Mestre, João Saxista e João Sacristão, abriu as portas de sua casa para o bem da população. Era honesto, caridoso, conselheiro, paciente e amigo. Conseguiu deixar estes valores como herança para seus filhos e descendentes.

Entre seus filhos, dois se ordenaram padres. Monsenhor João Batista que atuou como pároco em Três Pontas durante 46 anos, prestando relevantes serviços, construindo o Hospital, Maternidade, Asilo, Ginásio e Escola Normal e ampliação da Matriz Nossa Senhora D’Ajuda, entre outras obras, deixando a marca da Família Silveira, naquela cidade.

Cônego Fernando, atuou em várias paróquias de Minas e, por todas onde passou, foi diretor de escolas; preocupado com a educação e o bem comum. Aqui em Monsenhor Paulo, foi pároco por duas vezes e com grande amor a terra natal, foi um dos pioneiros, liderando o movimento pró emancipação política da cidade. Idealizou e concretizou a construção do Grupo Escolar, atual Escola Estadual Professor João Mestre, o cemitério local e reformas, conseguindo verbas através de contatos políticos. Muito batalhou para o asfaltamento do trecho da BR 267 Fernão Dias/ Monsenhor Paulo. Comprovou assim seu dinamismo e tenacidade em prol da comunidade.

Dos filhos de João Mestre que aqui residiram, lembramos de Pedro Silveira, pai de 10 filhos, que entre as décadas de 40 a 60, fazia a linha de ônibus de Monsenhor Paulo a Campanha em sua jardineira, como era conhecida, trazendo o progresso para o município. Anteriormente tinha um velho caminhão que transportava o que precisasse a população da época.

Zequinha, pai de 7 filhos, era alfaiate, vestia principalmente os homens da cidade. Era músico tocava bombardino e era um tenor cantando em casamento, encantando com sua voz melodiosa. Foi vereador e secretário da primeira Câmara Municipal de Monsenhor Paulo.

Anita, mãe de 10 filhos, foi, durante muitos anos, professora na zona rural, contribuindo para a alfabetização de muitos. Estimada e querida por onde passou, deixou registrado não só como professora competente, mas também como catequista, prendas domésticas e outras.

Pequetita foi parteira durante anos e ajudou trazer muitos paulenses ao mundo. Enfermeira foi também professora na zona rural onde transmitiu seus conhecimentos.

Américo Josino da Silveira, pai de 13 filhos, foi, por longos anos responsável pelo abastecimento de água; realizava o natal dos pobre, distribuindo gêneros de primeira necessidade, arrecadados na comunidade, a  população carente.  Organizou a terceira corporação musical em Monsenhor Paulo, no ano de 1968, angariando instrumentos e alegrando as festividades da época. Era músico, violinista, artesão e idealizador do Bosque da Saudade.

Em Três Pontas, José do Patrocínio, viveu com seus 7 filhos; José Maria com 12 filhos; Lourdes com uma filha e Adélia com 6 filhos.

Cândida Rosa foi harmonista e liderou um coral em Três Pontas por muitos anos.

Angélica também harmonista, foi líder de coral em Itumirim (MG) e professora durante anos.

A família Silveira através da figura do Professor João Mestre e de seus filhos, trouxe para a povoação de Ponte Alta, hoje cidade de Monsenhor Paulo a educação, a cultura e, em cada descendente que aqui reside ou mesmo espalhados pelo Brasil afora, o orgulho de dizer: SOU DA FAMÍLIA SILVEIRA.

 

AUTORA:Vera Lúcia da Silveira Piaia
         15/06/2007

 

(1) s.m. Membro do conselho paroquial, encarregado de recolher os rendimentos de uma igreja, administrar-lhe o patrimônio e zelar pela conservação de alfaias e paramentos.