PostHeaderIcon Família Caovilla

                                  FAMÍLIA CAOVILLA

No Brasil, a proibição do tráfico de escravos (1850, a Lei do Ventre Livre (1871), a  Lei dos  Sexagenários (1885) e a abolição da escravatura que aconteceu em 1888, foram os principais fatores que desencadearam uma  política voltada para a criação de alternativas para substituir o trabalho escravo. Várias  medidas são adotadas pelo governo brasileiro para atrai europeus, entre elas o direito de trazer imigrantes que, sob o  controle do imperial, é concedido aos estados e Minas Gerais estabelece pela Lei número 32 de 18 de julho de 1892, sua própria política de imigração. A lei número 32 autorizava o presidente do Estado, Afonso Pena, a "promover direta ou  indiretamente a imigração de trabalhadores destinados, principalmente, ao serviço da agricultura". O  governo  mineiro  custeava  as  passagens dos imigrantes para que eles não chegassem ao país já endividados. Portanto, o sentido da Lei era favorecer a fixação dos imigrantes, facilitando-lhes a aquisição de terras e o desenvolvimento da agricultura. Na Itália as principais razões que levaram um grande número de italianos a emigrar foram o  crescimento  populacional e o processo de unificação da Itália, associadas à pequena área territorial e a uma topografia muito  acidentada que impedia a expansão da agricultura. O Norte foi a primeira área a ser atingida,  pois ali começou a  desenvolver a industrialização, deixando os agricultores que completavam sua renda com o  trabalho artesanal, sem emprego e sem  ter mercado  para colocar seus  produtos, que não podiam competir com os feitos pelas fábricas locais ou com os importados. Por isto, o norte da Itália forneceria as primeiras grandes levas de emigrantes. Os pregoeiros anunciavam: "Terras no  Brasil para italianos. Venham construir  os seus sonhos com a família.  Um país de oportunidades. Clima tropical e abundância. No Brasil vocês  poderão ter o seu castelo. O governo  fornece terras e utensílios a todos."
Neste contexto,na pequena Vedelago, província de Treviso, no norte da Itália, Luigi Caovilla e sua família resolveram vir para o Brasil em busca de seus  sonhos.

- Luigi nasceu aos 4 de agosto de 1825 em Cavasagra (1) comunidade de Vedelago, norte da Itália. Era o quarto dos 12 filhos de Ângelo Caovilla e Ângela Tempesta e foi batizado pelo Arciprete (2) Don Marco Bonetti tendo como padrinhos Domenico Bertuola e Domenica Simionato. Ângelo seu pai era natural de Casacorba (3) também naquela região e ao casar com Ângela que era de Cavasagra lá fixou residência. Luigi cresceu no seio de uma família numerosa e muito unida sempre obediente e seguidor das determinações de seus pais. Aos 26 anos no dia 24 de fevereiro de 1851 esposa Ângela Foscaro na igreja de Santa Andrea em Cavasagra. Dessa união nasceram 8 filhos: Vincenzo em 20 de maio de 1852, Arcangelo em 01 de dezembro de 1853, Ângela em 24 de setembro de 1856, Giosué em 16 de novembro de 1959, Giovanni em 15 de março de 1862, Maria Giovana em 20 de maio de 1863, Ferdinando em 2 de janeiro de 1867 e Vincenza em 15 de abril de 1874. Com exceção de Vincenzo, Giosué, Ferdinando e Vincenza nada sabemos dos demais filhos o que nos leva crer que ou faleceram crianças, como era comum naquela época ou constituíram família e não quiseram vir para o Brasil permanecendo na Itália.
          (1) Cavasagra è una frazione di Vedelago di circa 2.000 abitanti cui fanno parte anche le borgate di Carpenedo e Viciliege),

           (2) Arciprete é um título de presbítero da igreja católica.           
           (3) Casacorba è una frazione del comune di Vedelago, in provincia di Treviso.

No Brasil já estava seu filho Ferdinando Caovilla, que, cerca de cinco anos atrás havia deixado a Itália. Nando, como era conhecido, teve um desentendimento com seu patrão que o obrigava trabalhar em dia de domingo. Como católico praticante que era, Ferdinando guardava o dia do Senhor. Para não causar problemas para sua família ele decidiu embarcar para o Brasil aproveitando um navio que partiria, em poucos dias, do porto de Gênova. Deixou na Itália sua mãe que tanto amava, seu pai, irmãos e sua irmã Vincenzza.

Depois de 29 dias de viagem desembarcou em Santos, de onde veio para São Paulo. Após alguns dias na capital paulista seguiu viagem para Porto Alegre capital do Rio Grande do Sul. De onde, com alguns patrícios foi para a cidade de Antonio Prado, na serra gaúcha, onde residiu por muitos anos.

Luigi e família embarcaram no porto de Gênova no vapor "Spagne", em fins de novembro de 1897 e contava com os seguintes membros: Luigi com 71 anos de idade, sua mulher Ágata  com 60 anos, seus filhos: Vincenzza, solteira; Vincenzzo casado  com Amàbile e os  filhos: Pietro, Grazzia, Giovanna, Adamo, Abramo, Evangelista e Maria; Giosué, viúvo de Domenica Soligo, com os filhos Amábile Maria e Emiglio. Após vários dias de sofrida  viagem desembarcaram  no porto do Rio de Janeiro em  15 de dezembro de 1897 onde  acompanhados de outros  imigrantes foram embarcados, sob supervisão de um funcionário do governo brasileiro, em um trem de ferro com destino a Juiz de Fora no estado de Minas Gerais. Em 16 de dezembro deram  entrada na Hospedaria Horta Barbosa, e lá ficaram  até 29 de dezembro de 1897 quando saíram para Santo Antônio do Machado no sul de Minas, contratados pelo fazendeiro João Nepomuceno Teixeira para trabalharem na Fazenda Monte Alegre. O trajeto de Juiz de Fora até a estação ferroviária de Pontalete no município de Três Pontas no sul do Estado  provavelmente foi pela Estrada de Ferro D. Pedro II até a Estação de Cruzeiro (SP), ponto de onde partia a Estrada de Ferro Minas Rio, que em Três Corações se ligava a Estação Ferroviária de Pontalete através da Estrada de Ferro Muzambinho. De Pontalete, de carroção e a cavalo passaram pela povoação de Carmo do Escaramuça, hoje cidade de Paraguaçu e finalmente chegara a Santo Antonio do Machado finalizando a longa viagem na Fazenda Monte Alegre. Durante algum tempo, provavelmente até 1900 os Caovillas viveram em Santo Antonio do Machado, trabalhando nos cafezais daquela fazenda, uma das mais importantes daquele polo cafeeiro. Luigi Caovilla não viu seu sonho realizado, pois em 21 de março de 1898, menos de três meses após chegar ao Brasil faleceu deixando viúva Ágata Toscaro. Foi sepultado no antigo cemitério de Santo Antonio Machado que era localizado onde hoje é a praça principal daquela cidade. Ainda em Santo Antonio do Machado  nasceu, em 15 de abril de 1899,  Maria Assumpta filha  de Vincenzzo Caovilla e Amábile Pazzin, a filha Vincenzza Caovilla casou-se, em 1898, com Borto Meneguello, italiano viúvo de Maria Betran,e dessa união nasce o primogênito Francisco em 27 de julho de1899. Acreditamos que na virada do século os Caovillas vieram para Monsenhor Paulo, pois em 3 de abril de 1901 já consta dos registros da  Paróquia de Nossa Senhora da Conceição da  vila de Ponte Alta,  atual Monsenhor  Paulo, o assento de batismo de Luiza Maria, filha de Vincenzo(Vicente) Caovilla e Amábile. A partir daí a família Caovilla cresceu e hoje espalha-se por várias cidades do sul de Minas Gerais e outros estados, sendo a maioria moradores de Monsenhor Paulo. Os descendentes de Ferdinando, que foi para o Rio Grande do Sul, estenderam-se pelas cidades do próprio Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

_______________________________________________________________________________________________________________________________

Árvore Genealógica

1. LUIGI(LUIZ) CAOVILLA casado com ÁGATA(ÁGUEDA) FOSCARO
(1826 It - 1898 em Machado(MG)        (1837 It – 1905 M.Paulo)
       Filhos :Vincenzo (1852), Arcangelo (1853), Angela (1856) Giusoé (1859), Giovanni (1862), Maria Giovanna (1863), Ferdinando (1867) Madalena (1868) Eugênia (1873), Vincenza (1874),                     Rosa (1878) e Michele Arcangelo (1881).

1.1. Vincenzzo(Vicente) Caovilla(1852 It - 1911) casado em 1ª núpcias com Pierina Passato
       Filhos: Pietro, Grazzia e Giovanna(Joanna)

1.1.1 Pedro Caovilla(1880 It já + ) c.c.Regina Ciscon em 10.09.1909
1.1.2 Grazia Caovilla(1882 It - 1910) c.c. Rocco Giuseppe Cipriani(1877 It - 1926)
1.1.3 Joanna Caovilla(Nana)(1884 It - já +) c.c. Fidélis Baldin(Ney)

1.1. Vincenzzo (Vicente) Caovilla (1852 It - 1911) casado em 2ª núpcias com Amábile Pazzin (1866 - +)
       Filhos: Adamo, Abramo, Maria Assumpta, Luiza Maria, Angela, Evangelista, Maria, José e Agueta Maria.

1.1.4 Adamo Caovilla(1891 It - 1955) c.c. Adélia Baldim(1893 It - 1967)
1.1.5 Abraão Caovilla(1892 It - já +) c.c. Marina Ciscon Baldim(1889 It - 1975)
1.1.6 Maria Assumpta Caovilla(1899 - já +) faleceu solteira
1.1.7 Luiza Maria Caovilla(1901 - já +) faleceu solteira
1.1.8 Angela Caovilla(1902 - já +) casada em 26.04.36 com Leocádio Tavares Rios(1889-já +) sem geração
1.1.9 Evangelista Caovilla(1904 - 1965) c.c. Ana Enedina Ferreira(Anita)(1907 - 1996)
1.1.10 Maria Caovilla II (1906 - Já +) c.c. João Calixto em 10.05.1930
1.1.11 José Caovilla I (1907 - 1968) - c.c. Ermelinda Xavier
1.1.12 Ágda Maria Caovilla(Têla)(1910) faleceu solteira em Campanha(MG)

1.2 Giosué Caovilla(1859It - 1927) c.c. Domenica Soligo em 16.03.1884 em Quinto do Treviso(IT) 
      Filhos: Amábile e Emílio

1.2.1 Amábile Maria Caovilla(1886 It. - já +) c.c. Antonio(Adão)Zambotte em 07.09.1908
1.2.2 Emílio Caovilla(1888 It.- já +) c.c.Regina Cois

1.3. Ferdinando Caovilla(1867 It. - 1948) casado em 02/01/1899 com Giudita (Judith) Trentin(1875 It. - 1910)
       Filhos: Angela, Luiz, Germano, Ágata, Angelo, Maria, Zeferino, Joana, Itália, Henrique e Elizabeth (Izeta).

1.3.1 Angela Caovilla c.c. Giuseppe Sette
1.3.2 Luiz Caovilla c.c. Catarina Gregol
1.3.3 Germano Caovilla c.c. Luiza Gregol
1.3.4 Ágata Caovilla c.c. Cristofolo Morgam
1.3.5 Angelo Caovilla c.c. Ana Buzatto
1.3.6 Maria Caovilla - Faleceu solteira
1.3.7 Zeferino Caovilla c.c Rosa Deon
1.3.8 Joana Caovilla c.c. Alexandre Zatti
1.3.9 Itália Caovilla c.c. Pedro Folle
1.3.10 Henrique Caovilla c.c. Maria Ártico
1.3.11 Elizabeth Caovilla c.c. Antônio Possam

1.3. Ferdinando Caovilla casado em segundas núpcias com Terezza Cardazzo
       Filhos: Judith, Vicente e Maria.

1.3.12 Judith Caovilla c.c. José Sabadim
1.3.13 Vicente Caovilla c.c. Dozolina Sabadin
1.3.14 Maria Caovilla c.c. Antonio Giacomo Decezaro

1.4 Vincenza (Vicência) Caovilla(1874 It.- já +) casada em 05.11.1898 com Bertholdo(Borto) Meneguello(1866 It. - 1921)
      Filhos: Francisco, Luiz, João, Constantino, Antonio, Ernesto e Maria.

1.4.1 Francisco Meneguello(1900 - 1989) c.c. Maria Perine Baldim(1903 - 1979)
1.4.2 Luiz Meneguello(1902 - já +) c.c. Maria Madalena Pischeda
1.4.3 João Meneguello(1903 - já +) c.c. Maria Bárbara em 25.09.26
1.4.4 Constantino Meneguello(1905 já +) c.c. Angelina Caovilla em 08.03.1920
1.4.5 Antonio Meneguello(1908 - já +) c.c. Laurinda Senhorinha em 01.09.1931
1.4.6 Ernesto Meneguello(1910 -) 1.4.7 Maria Meneguello(1913 -)
1.4.7 Maria Meneguello (*1913 -)