História
Na povoação de Vargem Grande, ficava a sede da fazenda “Conceição” do Major Mathias Antônio Moinhos de Vilhena (1801-1886) casado com dona Escolástica Joaquina de Oliveira Carvalho. Foi ele um grande benfeitor do lugar e mandou construir pelos seus pedreiros uma capela onde seu filho Padre Paulo Emílio Moinhos de Vilhena (1847-1926), vigário da paróquia de Campanha, vinha dar assistência aos fiéis ali residentes. Domingos de Oliveira Carvalho de Vilhena, fazendeiro, em Vargem Grande, e também filho do major Mathias, doou uma rica imagem de Nossa Senhora da Conceição, que foi trazida em procissão, pelo doador, sua família, amigos e devotos residentes nas redondezas e entronizada na capela ali construída. A denominação de Vargem Grande foi de pouca duração, pois em 1875 já se encontra a primeira referência ao nome do povoado como Ponte Alta. Consta da escritura de doação de terrenos á capela de Ponte Alta. “A 5 de julho desse ano, Joaquim Vicente da Silva (casado com Isabel Maria do Espírito Santo) e José Vicente dos Reis Ferreira (casado com Maria Silvéria de Jesus), tendo adquirido por compra de Francisco Antonio Gonçalves Pereira umas sortes de terras, resolveram doar dois alqueires de terras da dita fazenda para o patrimônio de Nossa Senhora Conceição Aparecida, cujas demarcações, dos ditos dois alqueires, são os seguintes: principiam em uma cova no espigão que divisa com a Fazenda Galante, por ele acima, cem braças, tem uma outra cova carregando a esquerda até chegar em um marco de pedras que tem outras cem braças, torna carregar á esquerda outras cem braças tem outro marco de pedra, e deste á primeira cova do espigão onde teve início.” Esses mesmos senhores, compradores da Fazenda Galante, então propriedade de Francisco Tristão de Alvarenga, fizeram “doação de meia quadra de terras, para patrimônio da mesma Senhora, cujas demarcações em uma pedra, onde teve início a doação do primeiro nomeado, até a segunda cova, onde tem uma pedra, e o restante para se fazer o cemitério”. A doação foi registrada sob o número 1633, página 141 do Cartório de Registros da Campanha (MG). O povoado passou a ser denominado de "Nossa Senhora da Conceição de Ponte Alta", e mais habitantes vieram fixar residência no local. Essas pessoas eram constituídas de fazendeiros das redondezas dos municípios de Campanha, Varginha, Eloi Mendes e São Gonçalo do Sapucai, ex-escravos e portugueses. Já em 1876, do livro de número 31, fls 135, do Cartório do Segundo Ofício de Campanha, consta escritura de compra e venda de uma casa na localidade de Ponte Alta. Nessa época os boiadeiros e viajantes que demandavam Três Corações, local mais próximo onde havia estrada de ferro, passavam por uma ponte sobre o Ribeirão São Domingos que era de fato muito alta. O Almanaque Sul Mineiro de 1884 faz referência ao povoado de Ponte Alta, a oeste de Campanha, com muitas casas e uma igreja regular, onde existe uma bela imagem de Nossa Senhora da Conceição. Em 1896 a Câmara Municipal de Campanha criou no povoado de Ponte Alta o cargo de oficial do distrito. Tendo sido nomeado o cidadão Antonio Salotti, comerciante na localidade. Em 1916 foi instalado o Cartório do Registro Civil da vila de Ponte Alta, sendo seu primeiro oficial o sr. Laurindo Penna da Câmara, sendo sua mulher, D. Flora encarregada do correio, cujas correspondências vinham de Campanha de 2 em 2 dias, trazidas pelo estafeta Samuel. No dia 29 de agosto de 1922 foram criadas duas escolas na vila de Ponte Alta. Uma escola masculina sob responsabilidade da normalista Alice Brasilina de Souza e outra, feminina, sob a responsabilidade da normalista Herminia de Souza Vilhena. Em setembro de 1926, sob o comando do Cônego Hugo Bresane de Araújo, foi criada a comissão de obras da capela, assim constituída: Presidente – Coronel Flávio Augusto Fernandes; Vice-Presidente - Farmacêutico José Américo Teixeira Junior; Primeiro Tesoureiro - Capitão Joaquim Santiago Pereira; Segundo Tesoureiro – Sr. Domingos Tavares; Secretário – José Bellato Sobrinho e membros do conselho os senhores Luiz Antonio da Cunha, Antonio Theodoro da Cunha, Adamo Caovilla, Luiz Zanin e Ítalo Totti. Inicialmente ficou acertada a reforma da capela existente, posteriormente, verificado o estado precário da construção, ficou determinado a sua demolição o que aconteceu imediatamente. Assim no ano seguinte de 1927 foi iniciada a construção da atual matriz de Nossa Senhora da Conceição. A pedra fundamental foi lançada por S.Excia Dom João de Almeida Ferrão, bispo da diocese de Campanha, em novembro daquele ano. A construção foi projetada com as dimensões de 37 metros de comprimento, 18 metros de largura e 30,50 metros de altura. No ano de 1927, o "Álbum Chorographico Municipal do Estado de Minas Geraes" informava a população de 3.238 habitantes no distrito de Ponte Alta. Em 13 de maio de 1934 foi fundada a Conferência de São Vicente de Paulo - Vila Vicentina - sendo Presidente o Sr. José Américo Teixeira Junior; Vice-presidente o Sr. Pedro Bellato; Tesoureiro o sr. Nello Totti e Secretário o Sr. José Bellato Sobrinho. O prefeito Joaquim Santiago Pereira governou o município por 2 anos tendo renunciado e transmitido o cargo para o vice prefeito Sr. Luiz Tavares que completou o mandato. No ano de 1950 o censo demográfico do IBGE dava o município de Monsenhor Paulo com a população urbana de 1.075 habitantes na zona urbana e 4.620 habitantes na zona rural, perfazendo um total de 5.695 habitantes. Nessa ocasião, com a colonização do norte do Paraná, houve um grande êxodo de paulenses, principalmente agricultores, em busca de melhores dias naquele estado. O Sr. José Cândido de Oliveira, com seu caminhão levava famílias inteiras em uma viagem longa e penosa. Posteriormente com a industrialização do município outras famílias vieram para Monsenhor Paulo. Em 2020 a previsão do IBGE colocava Monsenhor Paulo com a população estimada de 8.727 habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em 2010 era 0,721, PIB per capita em 2018: R$ 20.368,08. AUTOR: Francisco de Paula Belato
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DATAS/ FATOS
1874 | Almanach Sulmineiro do Ano faz referência ao povoado de Vargem Grande. |
1875 | Escritura de doação de terreno para a construção da capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.(CRI de Campanha) |
1876 | Inaugurada a primeira capela de taipa construida pelos escravos do Major Mahias Antônio Moinhos de Vilhena |
1884 | Almanach Sulmineiro faz referência ao povoado de Ponte Alta, a oeste de Campanha |
1884 | Começam chegar as primeira famílias italianas |
1896 | A Câmara Municipal de Campanha nomeia o comerciante sr. Antônio Salotti para o cargo de Oficial do Distrito |
1911 | Criado o distrito de NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE PONTE ALTA pela lei 556 |
1916 | Instalado o Distrito |
1916 | Instalado o Registro Civil de Pessoas Naturais e Tabelionato. Oficial Laurindo Pena Câmara |
1922 | Criadas duas Escolas - uma feminina e outra masculina |
1927 | Demolida a capelinha de taipa e iniciada a construção da Matriz de Nossa Senhora da Conceição |
1934 | Início das atividades da Vila Vicentina - Primeiro Presidente sr. José Américo Teixeira Junior |
1938 | O Distrito é elevado a categoria de Vila - Decreto Lei 311 |
1938 |
O decreto lei 148 reduz o nome para PONTE ALTA |
1939 |
Fundada a Congregação Mariana com 30 jovens |
1940 |
Fundada a Cruzada Eucarística |
1941 | Inaugurada a Banda Paroquial Santa Cecília |
1941 | Criada a paróquia de Nossa Senhora da Conceição - Primeiro vigário Padre José Divino da Silva |
1943 | A Vila muda o nome para MONSENHOR PAULO - Dec. Lei 1058 |
1943 | Fundada a OVS - Obra das Vocações Sacerdotais (Não existe mais) |
1947 | Inaugurada a Matriz atual e a Casa Paroquial(já demolida) |
1948 | Criado o Município de Monsenhor Paulo |
1948 | Fundada a primeira fábrica do então distrito "Fábrica de Móveis São Pedro" do Sr. Pedro Oliveira |
1949 | Em primeiro de janeiro é instalado o município |
1949 | Realizada a primeira eleição municipal em 6 de março |
1949 | Criada a Associação Paulense de Proteção à Infância |
1949 | Inaugurado o "Campo de Aviação" - Obs: não existe mais |
1951 | Construído o prédio da Prefeitura - Hoje é a Secretaria da Educação |
1952 | As duas escolas criadas em 1922 são transformadas em Escolas Mistas |
1956 | Criado o Grupo Escolar Professor João Mestre |
1958 | Instalado o posto telefônico ligando Monsenhor Paulo à Elói Mendes |
1965 | Iniciada em março a construção do Ginásio Estadual Presidente Kennedy |
1966 | Inaugurado O Ginásio Estadual Presidente Kennedy |
1966 | Fundação da Indústria Aliança, hoje MGM |
1966 | Fundação do SOS - Serviço de Obras Sociais (Não existe mais) |
1967 | Fundação da comunidade de Sion em Monsenhor Paulo |
1967 | Início das obras do ARPA - Associação Recreativa Paulense - Hoje abandonado |
1969 | Inauguração da rede de esgôto em Monsenhor Paulo |
1972 | Inaugurado o MOBRAL pelo prefeito José Martins dos Santos |
1975 | Encerramento das atividades da Comunidade de Sion |
1977 | Visita do Governador Aureliano Chaves a cidade |
1978 | Assinada autorização para asfaltamento da rodovia Monsenhor Paulo/BR 381 (Fernão Dias) |
1979 | Inaugurado o Centro Pastoral Nossa Senhora da Conceição |
1979 | Lei 589 cria o ia do Município - 8 de Dezembro |
1981 | Lançada a pedra fundamental do Hospital |
1983 | Fundado o Rotaract Clube |
1984 | Criado o Conselho Municipal de Arte e Cultura |
1984 | Em 31 de julho é feita a primeira ligação via DDD |
1988 | Inaugurada a agência do Banco do Brasil |
1997 | Toma posse na Câmara Municipal a primeira mulher eleita vereadora em Monsenhor Paulo Maria Auxuliadora Calheiros Teixeira - PMDB - 264 votos |
2002 | Início do site não oficial de Monsenhor Paulo na Internet - www.nossaponte.com.br |
2005 | Os restos mortais de Monsenhor Paulo Emílio Moinhos de Vilhena são trasladados de Campanha para o cemitério de Monsenhor Paulo |
2008 | Criada por Bernadete Borges a VIVAIDADE - Associação da Terceira Idade de Monsenhor Paulo |
2017 | Toma posse a primeira mulher eleita prefeita de Mons. Paulo - Letícia Aparecida Belato Martins - PMDB |
VILA VICENTINA
Francisco de Paula Belato
A Vila Vicentina de Monsenhor Paulo foi fundada em maio do ano de 1934, sendo seu presidente o Sr. José Américo Teixeira Junior e vice Presidente o Sr. Pedro Bellato.
ATA DA FUNDAÇÃO DA CONFERÊNCIA DE SÃO VICENTE DE PAULO NESTA LOCALIDADE DE PONTE ALTA "Aos trese dias do mes de maio do ano de mil novecentos e trinta e quatro, às desessete horas, na Igreja desta paróquia, com a presença do Revmo.Sr.Pe. Geraldo da Congregação da Sagrada Família, foi pelo sr. Presidente José Américo Teixeira Junior instalada a Conferência de São Vicente de Paulo. Aberta a sessão pelo sr. Presidente foi por este dada a palavra ao Rvmo.Pe. Geraldo que expoz de modo claro, as vantagens da associação. Em seguida usou da palavra o sr. Presidente que expoz os fins da mesma, deveres dos associados, para com Deus e os pobres assim como para com a religião. Elegeu em seguida a diretoria que assim ficou constituída: para Vice-Presidente: Pedro Belato; para Secretário: José Belato Sobrinho e para Tesoureiro: Nelo Toti. Para o cargo de Presidente, foi nomeado o sr. José Américo Teixeira Junior, pelo Revmo. Monsenhor Hugo Bressane de Araújo, vigário desta paróquia com relevantes serviços prestados à Ponte Alta, quer espiritual como material. Encerrando a sessão convidou o sr. Presidente aos que quisessem considera-se Vicentinos, dar seus nomes. Foram inscritos Vicentinos os seguintes senhores: Sylvio Bellato, Armindo Belato, Ernesto Baldim, Afonso Belato, Atílio Belato e Angelo Bellato Primo. Nada mais havendo a tratar na presente sessão foi encerrada com dia marcado para a segunda. Eu José Belato Sobrinho, secretário, a escrevi e assino com a diretoria e os presentes vicentinos."
No início eram coletadas importâncias entre os membros e distribuídas em espécie aos pobres previamente cadastrados.
Alguns meses depois os paroquianos também passaram a contribuir, e, ás vezes os vicentinos faziam listas e cada um percorria a cidade e zona rural arrecadando contribuições.
Em maio de 1935, um ano após a fundação, a Vila recebeu o então bispo diocesano Dom Inocêncio Engelk, que em visita pastoral deixou consignado, no livro de atas, suas bênçãos e elogios aos vicentinos.
Em outubro de 1935 foi adquirida uma imagem de São Vicente de Paulo que foi entregue ao Monsenhor Hugo Bressane de Araújo e teve início a arrecadação de fundos para a compra de um terreno que abrigaria casas para os pobres.
O terreno foi adquirido em dezembro de 1935, aproximadamente um alqueire de terra, por 1.000$000 e gastos 130$000 em materiais e serviços para fechamento do terreno.
A escritura foi passada em sete de dezembro e teve um gasto de 81.$000 com despesas de registro e talões.
Em 20 de fevereiro de 1936, os vicentinos prestaram uma homenagem ao Monsenhor Hugo Bressane de Araújo pela celebração de sua primeira missa Pontifical
Foi iniciada, em abril de
Ângelo Bellato Primo e Silvio Bellato, membros, desligaram-se da vila vicentina em março de 1937 por motivo de mudança para a cidade de Campanha.
Entre novembro de 1937 e julho de 1940 foram concluídas mais quatro casinhas perfazendo um total de oito.
Em janeiro de
Em dezembro de 1941 o então presidente Sr. José Américo Teixeira Junior se licenciou e foi para o Rio de Janeiro em tratamento de saúde. Assumiu em seu lugar o vice-presidente Sr. Pedro Bellato.
Em novembro de 1946 reuniões dos vicentinos foram interrompidas e só voltaram a realizar-se em fevereiro de 1951 já com nova diretoria:
Presidente – Donato Pereira Pinto;
Vice Presidente – Francisco Tolentino de Carvalho;
Tesoureiro – José Mariano da Silva e
Secretário – Geraldo Belato Teixeira.
Ficou decidido que seria organizada uma lista para os moradores contribuírem, evitando-se assim que os pobres pedissem esmolas pelas ruas da cidade.
Novamente as reuniões foram desativadas voltando em agosto de 1955 com o vigário Padre José Ribeiro da Silva e nova diretoria:
Presidente – Luiz Tavares;
Vice Presidente – Moacir Ribeiro;
Tesoureiro – José Martins dos Santos;
Primeiro secretários – Geraldo Belato Teixeira
Segundo secretário – José Lázaro Belato;
Procurador – Pedro Mateus Xavier;
Primeiro Provedor – Pedro Silveira;
Segundo Provedor – Pedro Oliveira Silva e
Conselho Vigilante composto pelos senhores: Attílio Bellato, Francisco Tolentino de Carvalho, Sebastião Aristheu Valias, João Magalhães Teixeira, Domingos Estevam de Rezende, Ademar dos Santos Pagano e Américo Baldim.
No ano de 1956 foi lançada a pedra fundamental do pavilhão hoje existente que durantes esses anos todos já passou por várias reformas.
Eis ai uma breve história da nossa Vila de São Vicente de Paulo no período de sua fundação até o ano de 1956.
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